MINISTRAÇÃO: Desviados!
Longe de Ti? A frieza do meu espírito revelará sem
tréguas, que nem mesmo os tons mais
quentes aquecerá com teu tão necessário
colorido esta esfera distante, que movido
por rebelião escolhi herdar. Por
onde eu passar, mesmo que sob holofotes, minha sombra sem palavras dirá ao meu
ser, com um sombrio cada vez mais turvo, o quanto estou carecendo de Tua luz.
Longe de Ti? Parecendo vitorioso, posso por caprichos,
estabelecer minha morada no topo do
mundo, mas presa ao pó minha alma permanecerá, pobre, cega e nua. E ainda que lhe cumule de
coisas preciosas e desejáveis, tesouros invejáveis, irreconciliável comigo,
coberta de cinzas, lamentará saudosa o tempo em que meu corpo submisso adorava,
e reverente servindo, no final do dia
aos Teus santos pés repousava.
Longe de Ti? Ainda que todos, com corações sinceros me
reverenciem, carente e inconsolado me verei presa sem solução ao vazio, que negando
todos os dias minhas ilusões, irá denunciar no meu intimo,
que de mim foram retiradas tuas insubstituíveis delicias.
Mesmo que ao estender meu corpo, possa banquetear-me com
prazeres encantadores, insatisfeito irei me recolher, e me encolher, certo que
distante da Tua graça, minha sede ansiará pela água viva que corre do Teu
interior, minha fome clamará pela bendita porção que serves sob tua medida
na mesa do fiel. Desesperada, farta dos manjares profanos,
faminta por pureza, implorará desfalecendo pelas preciosas migalhas do céu.
Longe Ti? Ainda que fartos de conquistas possíveis, me entregue
à exploração das profundezas morada de riquezas insondáveis, na superfície, tal
folha seca minha existência de vácuo em vácuo, coberta de trapos, lamentará a
ausência de Ti, meu Deus.
E, Se minha sorte me der asas, e sobre outros planetas
extasiado flutuar, serei, sem nada poder fazer, arrebatado pelo peso das
correntes que me prendem à culpa, para as regiões inferiores, morada
inevitável, daqueles que estão destituídos
da Tua glória.